Em muitos aspectos os pets são bem parecidos com os seres humanos. Um bom exemplo disso é no humor: eles têm variações no estado de espírito dependendo das condições em que estão. Outra semelhança está nas doenças cardíacas. Enquanto que em humanos as doenças cardiovasculares representam 30% das mortes no Brasil, um em cada quatro cachorros com mais de sete anos apresenta alguma doença cardíaca.

A doença cardíaca nos pets é insidiosa porque os sintomas muitas vezes são confundidos pelos donos, como a idade, a fadiga e a alteração do ritmo respiratório na hora do passeio. “Se o cachorro pede colo durante um passeio, na rota em que já estava acostumado, ele pode sofrer de problemas cardíacos”, atenta o médico veterinário Marcello Machado.

Dificuldade para respirar, fadiga excessiva, tosse e rejeição a atividades físicas podem ser sinais de que o coração do cachorro não está conseguindo suprir adequadamente os tecidos, causando insuficiência cardíaca ou outras doenças do coração.

Tosse

“A tosse ocorre pela expansão da área cardíaca, ele acaba comprimindo brônquios adjacentes e então mimetiza ao cão como se ele tivesse alguma obstrução nas vias respiratórias”, explica Luciano Pereira, veterinário especialista em problemas cardíacos.

Mudanças no estilo de vida e na alimentação são fundamentais para que um animal cardiopata tenha qualidade de vida “junto com a prescrição dos médicos veterinários, o cão precisa de alimentos específicos para cardíacos, com esses procedimentos combinados garantirá a ele bem-estar e longevidade”, pontua Machado.

O diagnóstico da doença cardíaca em cães é realizado por meio de exames específicos: exame de sangue e o ecodopplercardiograma, que devem ser realizados por um médico veterinário, de preferência, especialista em cardiologia.

Comida caseira também não é aconselhada em cães com problemas cardíacos pois pode agravar as doenças pré-existentes. De acordo com o médico veterinário, é difícil conseguir o perfeito balanceamento e equilíbrio nutricional por meio da comida preparada em casa pelo dono do animal.

Substâncias

“Principalmente sódio e fósforo, muito presentes na nossa alimentação e que, ao preparar um prato para um cachorro, pode estar em um nível alarmante para o pet. Os níveis dessas substâncias precisam ser controlados, pois o sódio pode gerar acúmulo de fluidos, e o fósforo em excesso pode gerar a sobrecarga dos rins e até uma doença renal, de tratamento muito mais complexo que uma doença cardíaca”, alerta o veterinário.

Pereira explica que cães de raça braquicefálicas – de focinho curto – têm maior predisposição a problemas cardíacos. “Os cachorros de focinho curto por si só já apresentam alterações respiratórias desde filhotes. Com uma capacidade respiratória reduzida, um aumento na pressão sanguínea é natural para manter a oxigenação dos tecidos. Por conta dessa elevação, há predisposição a problemas cardíacos caso o pet não tenha um trabalho de prevenção adequado”, finaliza.

Confira algumas dicas

Passeios longos

Procure sempre levar seu cãozinho para passear. Quanto maior for o passeio, melhor. Lembre-se de alimentá-lo bem antes de sair de casa

Brinquedos

Prepare desafios para seu pet. Pode ser um brinquedo daqueles com furo para colocar petisco. Quanto mais dificuldade o cão tiver, melhor

Brincadeiras

É importante reconhecer qual tipo de atividade física seu cão mais gosta de fazer e em qual local ele se sente mais a vontade para se exercitar

Onde passear

Evite terrenos que possam vir a machucar as patas do seu cão, como os que têm pedras, por exemplo. Dê preferência para superfícies planas, gramados e areia

Dê água

Seu cão irá sentir sede após alguns minutos se exercitando, portanto ande sempre com um potinho para colocar água para ele

Matéria Retirada na Íntegra do Portal Gazeta On Line.