A conta de luz de todos os brasileiros ficará mais cara em outubro. Pela primeira vez desde que o sistema de bandeiras foi criado, a bandeira tarifária que será aplicada nas contas de energia elétrica será a vermelha no patamar dois. Ou seja, haverá uma cobrança extra de R$ 3,50 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos. As informações foram divulgadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), na tarde desta sexta-feira (29).

O diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, garantiu que não há risco de faltar energia elétrica, mas ressaltou que a geração ficará mais cara.

“Não há nenhum risco de desabastecimento. O abastecimento está assegurado. O problema é o custo, que ficou mais caro, porque foi preciso acionar térmicas mais caras. A segurança está garantida.”

Segundo a Aneel, em média, uma residência consome 160 kWh por mês. Com isso, a conta fica R$ 5,60 mais alta.

A bandeira vermelha no patamar dois é a mais cara desse sistema, que sinaliza o custo real para a geração de energia elétrica. Em setembro, a bandeira cobrada foi a amarela. Com chuva abaixo da média histórica e com o baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas, é preciso acionar formas mais caras para gerar eletricidade, como as usinas térmicas. Por isso, a adoção dessa bandeira no próximo mês.

A situação dos reservatórios das hidrelétricas, um dos indicadores para a formação dos preços, é mais preocupante no Nordeste. Na região, os reservatórios operam com apenas 9,46% da capacidade, segundo dados desta sexta-feira do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O caso mais grave é o da barragem de Sobradinho, que está com 5,23% da capacidade.

No Sudeste e no Centro Oeste juntos, o nível de armazenamento está em 24,75%. Na região Sul, 36,58%. E no Norte, 33,81%. Como o sinal para o consumo é vermelho, os consumidores devem intensificar o uso eficiente de energia elétrica e combater os desperdícios, indicou a Aneel.

O sistema de bandeiras tarifárias foi criado em 2015 como forma de recompor os gastos extras com a utilização de energia de usinas termelétricas, que é mais cara do que a de hidrelétricas. A cor da bandeira é impressa na conta de luz (vermelha, amarela ou verde) e indica o custo da energia em função das condições de geração de eletricidade.

Apenas a bandeira vermelha tem dois patamares. O segundo “degrau”, que indica o mais alto custo para a geração de energia, será acionado pela primeira vez desde 2015, quando o sistema de bandeiras foi criado.

Quando chove menos, por exemplo, os reservatórios das hidrelétricas ficam mais vazios e é preciso acionar mais termelétricas para garantir o suprimento de energia no país. Nesse caso, a bandeira fica amarela ou vermelha, de acordo com o custo de operação das termelétricas acionadas.

 

Matéria Retirada na Íntegra do Portal Gazeta On Line.