Agentes da Polícia Federal (PF) estão nas ruas para cumprir na manhã desta quinta-feira (23) quatro mandados de prisão contra o ex-secretário da Casa Civil Régis Fichtner — suspeito de receber pelo menos R$ 1,6 milhão em propina —, o empresário Georges Sadala Rihan e os engenheiros Maciste Granha de Mello Filho e Henrique Alberto Santos Ribeiro, acusados de favorecimento no esquema de distribuição de propinas do ex-governador Sérgio Cabral, de acordo com a contabilidade paralela de Luiz Carlos Bezerra, réu confesso. O empreiteiro Fernando Cavendish, ex-dono da Delta Engenharia que cumpre prisão domiciliar, é alvo de condução coercitiva e será levado para depor. A PF também foi à casa do empresário Alexandre Accioly, dono da rede de academias Body Tech, onde faz busca e apreensão.

 

A ação, coordenada pelo Ministério Público Federal (MPF) e autorizada pelo juiz da 7ª Vara Federal Criminal, Marcelo Bretas, é mais um desdobramento da Operação Calicute, versão da Lava-Jato no Rio, e que desbaratou um megaesquema de corrupção na na gestão do ex-governador Sérgio Cabral.

 

As investigações indicam que, enquanto comandou a secretaria da Casa Civil na gestão do ex-governador Sérgio Cabral, Régis Fitchtner autorizava a validação de precatórios como forma de compensar débitos de ICMS para empresas devedoras do Estado. Ele também teria atuado na compra de títulos de precatórios que estavam parados na fila à espera de pagamento, de maneira que lucrava no ágio pago por quem preferia dinheiro na mão antes do fim do processo.

Um dos beneficiados pelo esquema, indicam os investigadores, era Henrique Ribeiro, ex-presidente do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-RJ), presença regular entre as testemunhas convocadas por Cabral para depor a seu favor.

Para se chegar até os alvos de hoje, os investigadores se basearam no depoimento de um dos operadores de Cabral, Luiz Carlos Bezerra. Em depoimento ao MPF, ele afirmou que entregou dinheiro em espécie ao ex-secretário da Casa Civil Regis Fichtner, apelidado de Alemão”, “Regis” ou “Gaucho” nas anotações em que era feito o controle da propina.

Um dos codinomes encontrados nas anotação de Bezerra fazia referência a “Boris”, que vai ser, segundo as investigações Lineu Castilho, o “homem da mala” de Henrique.

O operador conta que as entregas a Fichtner se deram entre meados de 2013 até abril de 2014 e que os valores entregues eram sempre de R$ 100 mil. Ele diz ser recordar de ter feito essa entrega por pelo menos cinco vezes, quase que rotineiramente dentro do Palácio Guanabara e do escritório de Fichtner, no prédio do Jockey Clube, localizado no centro.

 

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