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A ação dos caminhoneiros para burlar a fiscalização de pesagem, flagrada em vídeo por agentes do Dnit, levou o órgão a pedir ajuda da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia Militar e dos Ministérios Públicos Estadual e Federal, para que alguma providência seja tomada contra esses motoristas.

Em um ofício direcionado ao Sindirochas, o superintendente regional do Dnit, André Luís Albernaz Matinez, relata dificuldades na fiscalização. “Temos encontrado algumas dificuldades na operacionalização do controle de pesagem, das quais destacamos o elevado número de veículos que se evadem da fiscalização de peso sem que haja a devida punição; o transporte de carga excessiva, tentativas de subornos e de homicídio e ameaças aos agentes da autoridade de trânsito, danos ao patrimônio público”, diz o documento.

 

Junto ao ofício, o superintendente anexou o vídeo em que os caminhoneiros foram flagrados fugindo e pedindo que estas práticas sejam erradicadas.
Em 2017, dois acidentes que envolveram transporte de rochas ornamentais deixaram mais de 30 mortos nas estradas do Espírito Santo. Em junho, uma carreta carregada com granito bateu em um ônibus e duas ambulâncias na BR 101 em Guarapari, deixando 23 mortos. Foi o acidente considerado o mais crítico registrado nas estradas no Espírito Santo. A carreta que provocou o acidente apresentava diversas irregularidades, como pneus carecas e as 11 toneladas de carga a mais que o permitido.

Oitenta dias depois, em setembro, uma nova tragédia na BR 101: 11 pessoas morreram após o micro-ônibus em que estavam bater em dois caminhões e um carro, em Mimoso do Sul. Um dos caminhões transportava chapas de granito, que se desprenderam e caíram sobre a lateral do micro-ônibus.

“NUNCA TINHA VISTO NADA PARECIDO”

O presidente do Sindicato das Indústrias de Beneficiamento de Mármore e Granito (Sindirochas), Tales Pena Machado, afirma que nunca tinha visto nada parecido com a situação flagrada em vídeo. “Quando chegou o comunicado do Dnit, nós repassamos para todos os associados e para não associados que estão no nosso banco de dados. Damos total solidariedade à matéria, mas nunca tinha visto isso. Fiquei abismado com a história”, diz.

Machado destaca que desde os acidentes de 2017, foi criado um grupo de trabalho para encontrar soluções para esse problema. Fazem parte dele o Ministério Público estadual, o Sindirochas, o Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística (Transcares) e outros órgãos.
“Fomos até Santa Catarina com o Detran para conhecer um projeto em que os veículos são pesados mesmo em movimento. Esse sistema vai ser contratado para o Estado. São balanças que ficam no asfalto, e serão colocadas em vários pontos das rodovias principais”, ressalta.
Já o presidente do Sindicato do Transporte de Cargas e Logística do Espírito Santo (Transcares), Liemar José Pretti, reforça que o sindicato é a favor de punição dura para esse tipo de conduta.
“Pedimos punição em cima desses infratores. O segmento não aceita esse abuso. Isso é uma coisa que tem que ser repreendida, que arranha a imagem de um segmento que é sério e traz desenvolvimento para o país. Pedimos ao Dnit que nos informassem se isso está continuando e vamos dar apoio”, diz.

Pretti explica que, na época dos acidentes em 2017, o Transcares fez um trabalho junto a empresários do segmento de transporte de rochas. “A resposta que temos é que isso ocorre com autônomos, e não com empresas”, afirma.

PRF
O superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Espírito Santo, Willis Lyra, falou que a atitude dos caminhoneiros vai além das infrações de trânsito e parte para a ação criminal, levando risco aos servidores que estão trabalhando. A declaração foi feita na manhã desta quinta-feira (01) no Bom Dia Espírito Santo, da TV Gazeta.

Segundo o superintendente, a PRF tem contato direto com o Dnit, mas não consegue ficar 24 horas no local da balança. “Quando há presença policial, os veículos param.

Lyra acredita que a causa para os caminhoneiros passarem direto é o excesso de peso das cargas.
Perguntado se os caminhões estavam com placas frias, ele respondeu que não foram identificadas placas frias. “O que eles fazem é ocultar a placa para não serem reconhecidos através de fotos”, explicou.

O superintendente informou que os motoristas param antes da balança e depois saem em comboio, como é possível ver nas imagens. De acordo com Lyra, há um projeto da PRF para a construção de um posto da Polícia Rodoviária Federal e uma balança fixa na BR 259.

MPF
O Ministério Público Federal informou que instaurou um procedimento para apurar. Ele está na fase inicial de análise, em que estão sendo coletados dados e solicitadas informações dos órgãos envolvidos como PRF, por exemplo. Esse procedimento trata especificamente das dificuldades enfrentadas pelo Dnit na operação das unidades móveis de pesagem na BR 259.

POLÍCIA MILITAR
A Polícia Militar destacou que tem instalado viaturas em pontos estratégicos como forma de apoio à PRF e às autoridades que atuam na região.

 

Fonte: Gazeta On line