A abertura do canal do Rio Pequeno, em Linhares, Norte do Espírito Santo, que estava programada para esta quarta-feira (4), foi adiada, por determinação do Departamento de Estradas de Rodagem do estado (DER-ES).
Essa abertura vai possibilitar que o nível de água tanto do Rio Pequeno quanto da Lagoa Juparanã voltem ao normal.
Segundo a Fundação Renova, o DER-ES exigiu algumas alterações na obra, para não comprometer a estrutura da ponte.
“A gente está aguardando um deferimento do DER-ES. Inclusive, a gente já agendou uma reunião amanhã. Vamos lá para fazer o esclarecimento técnico do procedimento, porque cabe ao DER-ES fazer esse deferimento e só depois disso a gente pode fazer a intervenção”, falou o especialista em projetos e obras da Renova, Wilians Arruda.
A fundação afirmou que o projeto de engenharia cumpriu todas as etapas técnicas e atendimento social da comunidade envolvida, necessários para a realização, junto aos órgãos competentes, dentro dos requisitos de segurança, meio ambiente e direitos humanos. Disse ainda que está em diálogo com o DER para que a intervenção seja feita o mais breve possível, seguindo todos os critérios técnicos e de segurança.
Apesar disso, os serviços executados no rio preocupam alguns moradores da região.
“A preocupação é que estão jogando debaixo da ponte velha. A água vai sair no sentido da ponte velha. Será que não vai derrubar a ponte?”, questionou o agropecuarista Francisco Durão.
Com a decisão, a empresa aguarda uma autorização do DER-ES e garante que a obra de abertura do canal será concluída dentro do prazo estipulado pela Justiça, que vence no próximo sábado (7).
Mesmo com a determinação para os moradores deixarem as casas, quando a barragem for aberta, a Renova afirmou que não há riscos.
“Para os ribeirinhos, não há risco. Nem para a ponte, pelos estudos que foram feitos pela projetista e pelos dados que a gente tem. Por uma questão de segurança, o protocolo exige que a gente retire os moradores e coloque em locais adequados, até que a gente faça toda a operação inicial e, depois, eles retornem para a residência”, disse Arruda.
No entanto, quem mora na região está preocupado com a situação. “Ninguém sabe como vai ser a velocidade da água. Eles vão abrir um pouco, mas ninguém sabe como vai vir a água. Ela pode vir com muita velocidade e como vai fazer? Se eu perder minha casa e minhas coisas”, falou a dona de casa Ediane de Araújo Brite.
Como a ideia inicial era abrir a barragem nesta quarta-feira (4), a pescadora Fabiana de Oliveira já preparou as coisas para sair de casa.
“A gente já juntou malas de roupas, alguns pertences da gente, para ver para onde a gente vai”, disse.